Criança também tem enxaqueca e dor de cabeça e isso não pode ser tratado como manha
A criança se queixa de dor quando está em lugares barulhentos ou muito iluminados. Ela se recolhe, quer dormir e ficar em lugares calmos. Muitas vezes, pede para ir embora da escola, que é um lugar muito barulhento.
O número de pessoas com dor de cabeça aumentou 30% no ano passado. A causa, em muitos dos casos, é o estresse e o remédio pode provocar um efeito rebote.
No Bem Estar desta quinta-feira (09), a neurologista Thais Villa conta que 70% das queixas se referem à enxaqueca. Ela atinge adultos e também crianças. Já a neurocientista Alessandra Gorgulho explica um novo procedimento, a Terapia VNS, que está mudando a vida de pacientes com epilepsia.
Principal causa da dor de cabeça é o estresse
Diferença da dor de cabeça em adulto e em criança:
– A maioria das crianças tem crises mais leves e curtas. Na criança, a enxaqueca crônica costuma durar entre 30 minutos e uma hora. No adulto, dura, no mínimo, 4 horas. É mais raro, mas crianças também têm enxaqueca crônica com crises intensas, náuseas e vômitos. Cerca de 1% das crianças sofre com o mal, já entre os adultos, esse índice sobe para 6%.
Sinais de que a criança sofre de dor de cabeça:
► A criança se queixa de dor quando está em lugares barulhentos e muito iluminados. Ela se recolhe, quer dormir e ficar em lugares calmos. Muitas vezes pede para ir embora da escola, que é um lugar muito barulhento.
► A criança se queixa que a dor vai e vem. Para ser diagnosticada com enxaqueca, a criança tem que ter apresentado, pelo menos, 5 crises na vida.
► A criança fica abatida e com olho fundo. IMPORTANTE: enxaqueca é genético! Se os pais têm enxaqueca e a criança se queixa de dor, desconfie.
MITO – Quando a criança tem dor de cabeça, as pessoas logo dizem que é por causa da visão. Dra. Thais Villa diz que astigmatismo e miopia NÃO causam dor de cabeça, isso é MITO! Além disso, é muito fácil identificar quando o problema é de visão porque os sinais são diferentes da enxaqueca.
Tratamento – O tratamento na criança depende da frequência, da intensidade e dos gatilhos da dor. As doses da medicação são adaptadas ao peso.
Existem gatilhos modificáveis e não-modificáveis. Quando o gatilho é algo que não dá para ser alterado, o tratamento para controlar as crises é a única solução. Isso também serve para os adultos.
Gatilhos modificáveis: alimentos, jejum prolongado e falta de sono (a criança precisa ter uma rotina de sono).
Gatilhos não-modificáveis: barulho, esportes, cheiros, estresse e mudança climática.
Entenda como diagnosticar a enxaqueca nas crianças
Epilepsia – Como socorrer: coloque um travesseiro ou toalha debaixo da cabeça para evitar que a pessoa bata. Não puxe a língua e não coloque toalha na boca. Se a pessoa tiver babando muito, vire a cabeça para o lado. E não sacuda a pessoa, nem grite no ouvido dela.
O que acontece no cérebro durante a crise epilética? O cérebro funciona transmitindo eletricidade de um neurônio para outro. Na crise epilética, essa descarga nos neurônios é muito forte e fora de controle e pode se manifestar em todo o cérebro ou apenas em uma área restrita. Dra. Alessandra diz que é como um curto circuito, como se todas as conexões das estruturas cerebrais fossem ligadas ao mesmo tempo.
Tratamento – As crises de epilepsia são controladas por medicamentos anticonvulsivos. Quando as crises deixam de acontecer em 5 anos, a medicação pode ser suspensa. Existem várias técnicas de cirurgia para tratar alguns tipos de epilepsia, mas elas só são indicadas quando as crises não são controladas com medicação.
Diferença entre crise convulsiva e crise epilética: A crise convulsiva pode acontecer com qualquer pessoa se usar droga e álcool em excesso, dormir mal ou ter uma febre muito alta. Geralmente acontece uma única vez. Já a crise epilética, a pessoa tem mais de uma, que pode ser de 3 formas, generalizada, focal ou parcial.