Tireoide e obesidade
( Claudia Cozer Kalil )
Devido a esse mecanismo, nas disfunções tireoidianas (hipertireoidismo ou hipotireoidismo), observamos variações do peso corpóreo. O indivíduo com hipotireoidismo tem uma tendência ao ganho ponderal, diminuição da termogênese e redução do gasto energético em até 50%. Em contrapartida, os indivíduos com hipertireoidismo têm exatamente o inverso.
Muitos estudos tentam relacionar o ganho de peso com os níveis hormonais (principalmente com os valores do hormônio tireoestimulante- TSH), mas não existe um valor exato que sirva como preditor do aumento progressivo do peso e do índice de massa corpórea (IMC). Em outras palavras, não podemos afirmar que quanto maior o valor do TSH maior a tendência ao ganho de peso.
Por isso, só valorizamos os valores hormonais que estejam fora do limite de normalidade para, assim, indicar um tratamento específico. Da mesma forma, não há embasamento científico para usar hormônio tireoidiano em pessoas normais, com intuito de perder peso e acelerar o metabolismo.
Isso porque o hormônio tireoidiano age em dois receptores. O uso indiscriminado e sem indicação leva a riscos eminentes, como taquicardias e arritmias, osteoporose e alteração da função cardíaca.
As perspectivas que podemos esperar nessa área é o desenvolvimento de uma submolécula seletiva do hormônio que atue somente no receptor ligado ao metabolismo, impedindo o aumento da massa corpórea e evitando os efeitos indesejáveis do excesso de hormônios.
É importante que sua tireoide seja periodicamente avaliada. Nem muito, nem pouco hormônio. O corpo precisa de equilíbrio.