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Pesquisa da USP relaciona bem-estar de idosos com espiritualidade

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Do total de entrevistados, 104 fazem parte da religião católica, 35 da religião evangélica, 15 da religião espírita e uma da budista

Uma pesquisa feita pela enfermeira Calíope Pilger, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, aponta que a religiosidade faz parte da melhora de idosos que estão em tratamento hemodialítico.

O objetivo do estudo foi analisar a relação entre o bem-estar espiritual, a religiosidade, o enfrentamento religioso e espiritual, as variáveis sociodemográficas, econômicas e de saúde, com a qualidade de vida de idosos que se encontram em tratamento.

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Dados obtidos apontam a religiosidade com características positivas para se lidar com situações em que a hemodiálise gera nos pacientes. Segundo a pesquisadora, na situação em que essas pessoas se encontram, elas se deparam com o uso contínuo de medicações, mudança nos hábitos alimentares, enfrentamento da dependência de outras pessoas e aparelhos para adaptações à nova realidade da sua vida. Tudo isso pode levá-los à depressão, a problemas emocionais e existenciais.

Calíope afirma ainda que a religião é utilizada pelos pacientes como enfrentamento para situações estressantes da vida. “Eles usam a fé como uma forma de auxiliar as consequências emocionais negativas que vieram depois da doença, ou então dos momentos difíceis que precisam vivenciar”, relata.

Durante a pesquisa foi constatado ainda que os sentimentos religiosos levam qualidade de vida e alívio aos doentes.

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Dados

Dos 169 idosos questionados, 125 eram do sexo masculino, e 44 do sexo feminino, com idades entre 60 e 99 anos. Do total, 104 fazem parte da religião católica, 35 da religião evangélica, 15 da religião espírita e uma da budista. Os demais não possuem religião.

Para obter os resultados da pesquisa, a enfermeira Calíope utilizou alguns métodos. Entre eles, o Índice de Religiosidade de Duke, que mensura três das principais dimensões do envolvimento religioso relacionadas a desfechos em saúde: Religiosidade Organizacional (RO), que é a frequência a encontros religiosos; Religiosidade Não Organizacional (RNO), frequência de atividades religiosas privadas; e a Religiosidade Intrínseca (RI), que se refere à busca de internalização e vivência plena da religiosidade como principal objetivo do indivíduo.

Os idosos relataram à enfermeira que a doença renal crônica é vista como uma das piores e mais sofridas doenças, pois após os rins pararem de funcionar, o paciente necessita realizar o processo de hemodiálise.

O processo permite a remoção das toxinas e o excesso de água do organismo, a partir da filtragem do sangue em um rim artificial por meio de uma máquina, o que é feito três vezes por semana, com duração de quatro horas cada sessão. “O tratamento hemodialítico promove o equilíbrio do corpo e mantém a vida”, diz Calíope.

Como forma de estratégia, é neste momento que os pacientes buscam a religião, pois a fé se apresenta como alternativa para que depositem as esperanças no enfrentamento da situação.

Ainda de acordo com a enfermeira, a importância da religião também se dá como suporte social, pois é uma forma de o idoso se socializar. “Muito importante também é a esperança, o conforto que a crença em algo superior proporciona à saúde física, mental e social. Além de representar uma estratégia de enfrentamento de situações estressantes”, afirma.

Calíope recorda que diferente de pessoas em outras fases da vida, os idosos possuem suas singularidades e especificidades, sejam nas dimensões físicas, sociais, emocionais e espirituais. Em relação às partes espirituais, os mais velhos associam às questões existenciais e à busca pela cura e conforto.

 

Revide On-line
Laura Scarpelini com informações de assessoria de imprensa
Fotos: Arquivo Revide
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